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Neoliberalismo é crise, miséria e violência O conceito de neoliberalismo iniciou-se após a II Guerra Mundial e teve como principal base teórica o livro “A caminho da Servidão”, de Friedrich Hayek, escrito em 1944. O que se destaca de fundamental na teoria do conhecimento de Hayek é o seu ataque à racionalidade econômica, em que prima a individualidade ou das pessoas ou das empresas. Margareth Thatcher e o republicano Ronald Reagan inauguram a onda global baseada nas teorias econômicas e sociais de Friederich A. Hayek e Milton Friedman. As ideias por eles preconizadas defendiam o extremo laisses-faire. Ou seja, o completo afastamento do Estado da esfera econômica e, também, da assistência social. O Estado deveria preocupar-se apenas em garantir o direito de propriedade. A década de 1990 foi aberta com o colapso da União Soviética e a queda do muro de Berlim. O filósofo e economista Francis Fukuyama apressadamente decretou, tentando imitar Hegel, que era “O fim da história e o úl
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Quando o psdb decretará o fim do Estado de São Paulo? Ao anunciar o fim do conjunto poliesportivo Constâncio Vaz Guimarães, o psdb leva a cabo o que vem fazendo com o Estado de São Paulo há 30 anos: exterminar os símbolos do desenvolvimento do Estado de São Paulo ao longo do século 20. Dirigentes como Dória e Alkimin nunca construíram nada em São Paulo. Só destruíram obras. O ex-atleta Constâncio Vaz Guimarães decatleta do Clube Atlético Paulistano teve importante representatividade no esporte, o que levou o então governador ligado à ditadura militar em São Paulo, Abreu Sodré, a nomear o Conjunto Desportivo com o seu nome no ano de 1968. O projeto foi criado pelo arquiteto, Ícaro de Castro Mello – atleta recordista sul-americano de salto em altura e salto com vara, membro da equipe brasileira de atletismo nas Olimpíadas de Berlim, em 1936, um consagrado autor de diversas obras relevantes para a história da arquitetura brasileira, como a Piscina Coberta do Conjunto Desportivo Baby B
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MARADONA - por Eduardo Galeano , “Espelhos: uma história quase universal” Nenhum jogador consagrado tinha denunciado sem papas na língua os amos do negócio do futebol. Foi o esportista mais famoso e popular de todos os tempos quem rompeu barreiras na defesa dos jogadores que não eram famosos nem populares. Esse ídolo generoso e solidário tinha sido capaz de cometer, em apenas cinco minutos os dois gols mais contraditórios de toda a história do futebol. Seus devotos o veneravam pelos dois: não apenas era digno de admiração o gol do artista, bordado pelas diabruras de suas pernas, como também, e talvez mais, o gol do ladrão, que sua mão roubou. Diego Armando Maradona foi adorado não apenas por causa de seus prodigiosos malabarismos, mas também porque era um deus sujo, pecador, o mais humano dos deuses. Qualquer um podia reconhecer nele uma síntese ambulante das fraquezas humanas: mulherengo, beberrão, comilão, malandro, mentiroso, fanfarrão, irresponsável. Mas os deuses não se apos
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A terceirização é a banalização do mal O brutal linchamento de João Alberto na loja do carrefour de Porto Alegre, trouxe a público um fato que tem sido uma desculpa rotineira para a ineficiência, a violência e o cinismo: a terceirização. Hannah Arendt afirmou que o mal torna-se banal quando o membro de uma organização, seja ela política, empresarial ou mesmo não lucrativa, separa os seus valores éticos individuais do comportamento duvidoso assumido sistematicamente pela organização com a qual é cúmplice. Arendt se referia a experiência traumática do nazi-fascismo que transfomou o Estado em uma estrutura que podia fazer tudo, inclusive matar e torturar, sendo seus praticantes parte de uma estrutura invisível, não podendo, assim, culpar alguém diretamente, mas unicamente o Estado. O nazismo agiu assim quando induziu e comandou funcionários das instituições de Estado na perseguição a judeus, ciganos, homossexuais e comunistas. Quem era o culpado quando só se estava no cumprimento de
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Um galho de arruda e o poder de livrai-nos de todo o mal Quando eu era menino, de tempos em tempos, minha mãe me levava a uma benzedeira. Era na zona Sul de São Paulo. Era uma mulher negra , já de idade bastante avançada. Cabelos brancos cobertos por um lenço, corpo magro, pele enrugada pelo tempo e um olhar doce que me acalmava pela doçura. Os olhos dela eram azulados, o que denunciava sua idade avançada. Ela morava em um casebre com paredes de barro. Quando chegávamos, um homem alto, negro e descalço nos recebia. Ele, então, adentrava o casebre e anunciava que havia gente em busca de suas bençãos e orações. Instantes depois, ela autorizava a entrada. Eu, uma criança, me recordo do encantamento com aquela atmosfera. No canto, um fogão à lenha espalhava uma neblina branca no ambiente, misturado com o cheiro de madeira queimada por toda a casa. A benzedeira calmamente me puxava com uma doçura inesquecível. Com um galho de arruda nas mãos, pronunciava palavras incompreensíveis para
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A violência política não pode ser naturalizada Do Rio de Janeiro dos anos 1950, salta um personagem real que sintetiza um pouco da atualidade brasileira: a violência política. Tenório Cavalcanti, um político reacionário e muito polêmico da Baixada Fluminese, empunhava uma metralhadora, usava uma capa preta e uma cartola, semelhante a um agente funerário dos filmes de bang bang americanos. Tenório era visto como defensor do povo para as classes composta por miseráveis. Por suas atitudes violentas e populistas, conquistou fama e fortuna. Mas na verdade era um assassino frio que transformou a política em um lugar de medo, ameaças e morte. Parece que o ano de 2020, este cenário voltou com força nas eleições municipais, principalmente na cidade do Rio de Janeiro. A mistura de político e bandido, expressada pelas narcomilícias já vitimou dois candidatos e três cabos eleitorais mortos. Um vereador baleado, todos crimes com motivações políticas no intervalo de um mês . É a escalada de
Algumas raízes do racismo como ideologia dominante Em 2001, ocorreu a Conferência de Durban. Esta foi a terceira conferência mundial contra o racismo, a discriminação racial, a xenofobia e formas correlatas de intolerância. Foi promovida pela ONU. Ela ocorreu num contexto mundial. Durban 2001 tratou de um amplo leque de temas, mas com foco em avaliar os avanços da luta contra o racismo, a discriminação racial e outras formas similares de discriminação. Três dias após a conferência, ocorreram os ataques de 11 de setembro. As conclusões da conferência já não interessavam para as mídias ao redor do Planeta. Como consequência, a segunda conferência da ONU contra racismo, na cidade de Durban, em 2009, foi boicotada por dez países ocidentais, entre os quais EUA, Israel, Canadá, Austrália e Holanda. O presidente de Irã foi convidado para discursar na conferência. A maioria dos delegados abandonaram o salão. Por que razões o racismo é um tema que causa tanto incômodo, dor, cinismo, ódio, int
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Clóvis Moura: um intelectual negro desvendando o Brasil No final dos anos 1980, eu, um secundarista, vice presidente da União Municipal dos Estudantes Secundaristas (Umes) de São Paulo, conheci Clóvis Moura no extinto programa Matéria Prima, que era transmitido pela Rádio Cultura de São Paulo. O programa tinha Serginho Groisman como apresentador. Ele tinha boa fama junto ao movimento estudantil, pois havia estudado no Colégio Equipe, que tinha uma tradição democrática durante a ditadura militar. Não havia ainda o "mês de novembro" como centro das reflexões sobre a "consciência negra". Mas Clovis Moura , fiquei sabendo no dia, já era um intelectual importante para o movimento negro. Foi ele que me ensinou o que estava por trás do inocente adjetivo mulato , uma desumanização dos filhos de brancos com negros, muitas vezes fruto de violências e estupros. Mulato é a aproximação animalesca dada pelos portugueses, a partir do cruzamento entre um jumento e uma égua. Q
Solano Trindade: um homem que jogou luzes sobre a arte do povo negro O ano era 2004. A cidade, Witzenhausen, no centro da Alemanha. Uma pequena e tranquila cidade da região de Kassel, cuja capital é a cidade de Kassel. Era início da primavera, mês de abril. Ainda fazia bastante frio, apesar de os alemães estarem adorando o fim do inverno. Estávamos alojados em um antigo mosteiro, um Kloster. Era madrugada, já. E de repente começamos a ouvir barulho de pedras sendo atiradas em alguma janela dos dormitórios. Não tardou e ouvi a voz de Célio Turino conversando com alguém que estava do lado de fora. Os dois então começaram a travar um diálogo. Foi quando percebi, pelos passos apressados e duros sobre o piso de madeira antigo do andar, que alguém estava indo ao encontro do sujeito que atirava pedras na janela do lado de fora. Não me fiz de rogado e fui investigar o que se passava. Cheguei a tempo de ver o Célio abrindo de um supetão a porta. Foi então que um homem negro, alto, com cara
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Intelectuais que ajudaram a desvendar o Brasil < Foi cumprindo as disciplinas obrigatórias do doutorado em saúde coletiva, na Unicamp, que meu orientador, o Professor Everardo Nunes, me ensinou a compreender a importância dos estudos biográficos. A priori , não era minha intenção a peasquisa de biografias. Mas confesso que o tema me seduz. E foi em meio à quase ignorância sobre o tema que acabei indo pesquisar Fernando de Azevedo, um grande brasileiro que fez muito por nossa educação, nos deixando a querida USP como legado. Penso que todas as pessoas têm algum desejo de poder conhecer certas biografias, a dos personagens singulares. Seja a biografia do artista predileto, do grande astro do esporte, passando por escritores, cientistas, personalidades que de alguma maneira ganharam respeito na esfera pública, na política e na cultura, na literatura etc. É o caso do professor Edison Carneiro. O grande bahiano que foi jornalista, poeta, jurista e,- não gosto muito da expressão -, mas t
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Talvez a arte seja, de fato, a maior forma de aprendermos sobre a ideia de ser humano. A ideia de ser histórico, ser social que produz e se reproduz pode ser idealizada como síntese nesta foto. Linda Ramalho, filha de Zé Ramalho, Chico Eller, filho de Cássia Eller, e Vivi Seixas, filha de Raul Seixas. A magia da vida está naquilo que nos parece óbvio!
O Brasil e a adesão àquilo que parece moda Em meio às tolices proferidas pelo ministro da economia Paulo Guedes, uma espécie de rolando um lero, o famoso 171 da escolinha do professor Raimundo,  lembrei de um causo que ouvi. Um causo que retrata bem as características de algumas culturas. Um avião prestes a cair tem um inglês, um espanhol e um francês a bordo. Logo, todos são informados sobre a tragédia e sobre a necessidade de saltarem com paraquedas para fora do avião. Ao convencer o inglês a saltar, o comandante diz que é tradição nestas circunstâncias saltar de paraquedas. E o inglês prontamente salta. Ao francês é dito que atualmente é moda saltar de paraquedas nestas situações. Já ao espanhol o comandante diz que ele não deve saltar. E, como um bom espanhol que contraria ele saltou. E o que diria o comandante a um brasileiro neste cenário? Que talvez fosse moda na França? Ou que na Disneylândia é assim que se Faz? Ou que há uma onda de saltos ocorrendo na zona Sul carioca? Ou
É preciso falar do Chile Em 1973, sob a tutela das ideias da chamada escola de Chicago e sob a direção ideológica de Milton Friedman, discípulo do pensamento ultraliberal nascido do círculo de Viena, com Friedrich Hayek, tem início uma das mais bestiais e sanguinárias ditaduras da América Latina. Salvador Allende preferiu tombar assassinado pelos seus algozes a entregar a direção do país ao fascismo neoliberal. Tombou de armas em punho enquanto militares a serviço dos interesses dos EUA abriam caminho para que o Chile se tornasse laboratório de uma nova racionalidade econômica e ideológica que, definitivamente, decidiu que a democracia e a política só serviam para os trabalhadores e que, portanto, era preciso enterrá-la mesmo que afogada em sangue. Os reacionários e a ascensão do neoliberalismo de Margaret Thatcher e Reagan davam cobertura às torturas e assassinatos no Chile enquanto faziam a economia do país criar uma fantasiosa ideia de crescimento e prosperidade. Privatização do
Por uma consciência filosófica O educador e filósofo Demerval Saviani tem entre tantas publicações uma, em especial, que é bastante significativa intitulada "Educação: do senso comum à consciência filosófica" . Nela, ele descreve a tomada de consciência da realidade à medida em que o mundo sensível vai despertando a consciência do indivíduo para a realidade viva. O Brasil sempre foi tomado, e isto não é por acaso, por uma espécie de realidade virtual. As classes dominantes brasileiras sempre tentaram desvincular a consciência social da realidade. Em tempos em que se debate a pandemia e suas consequências, eu torço para que tenhamos uma consciência filosófica sobre a realidade dura que enfrenta 2/3 da população brasileira: a pobreza, a violência e o desamparo. Vale ressaltar que nossas elites econômicas nunca foram adeptas da inteligência. Sempre foram adeptas da aparência. A classe média reproduz este comportamento. Logo temos um dilema: essência x aparência. Nossa essênc
Rio de Janeiro o portal da ilusão A cidade do Rio de Janeiro foi durante muito tempo conhecida como a cidade da morte. Seu Porto era inevitavelmente a porta de entrada de mercadorias, mercadores, imigrantes e de doenças. As doenças tanto chegavam quanto saiam para outros países. Por essa generosidade era chamada de "A cidade da morte". Mas vieram os bacharéis. Primeiro o médico Barata Ribeiro e sua obcessao por limpeza e higiene. Depois, Pereira Passos e com ele a limpeza social dos pobres. Eles imaginavam criar uma espécie de Mônaco dos trópicos. Perturbados com a alcunha de Cidade de morte, logo espalharam a nova ideia de Cidade Maravilhosa. Em 1918 foram 16 mil mortes pela H1N1, a gripe espanhola. E em 2020, o Rio foi a primeira cidade a acabar com a Covid19. Não de fato, mas por ilusão. Rio de Janeiro é o portal do Brasil sem violência a cidade abençoada por Deus! Professor Alexandre Machado Rosa
Os limites éticos entre Mitar e mentir a todo custo Todos estao habituados a ver memes nas redes sociais tendo ao fundo a música Turn Down For What e, logo na sequência, aqueles óculos pretos aparecendo no rosto da pessoa que mitou. A palavra mito tem vários exemplos para explicar o seu significado. Um deles fala de uma Interpretação ingênua e simplificada do mundo e de sua origem ou sobre uma pessoa ou um fato cuja existência, presente na imaginação das pessoas, não pode ser comprovada; ficção. A raiz da palavra MITO deu origem a outro adjetivo: Mitômano. A mitomania, também conhecida como mentira patológica e pseudologia fantástica, é a tendência duradoura e incontrolável para a mentira. Bolsonaro recebeu de seus apoiadores a alcunha de mito. Em tempos em que mitar nas redes sociais tornou-se uma busca frenética por likes e seguidores, as pessoas menosprezam princípios éticos e morais que atuaram no processo de reconhecimento do indivíduo e o abandono da vida comunitária. Bolson
O despreparo intelectual das elites brasileiras O atual governo federal evidencia algo que era uma preocupação das elites econômicas brasileiras na virada do século XIX para o XX: o despreparo de suas frações de classe para fazer a gestão dos negócios públicos e do Estado. Preocupados na virada do século, fazendeiros enviaram seus filhos para a Inglaterra e França para que eles aprendessem as letras e as ciências na esperança de produzirem quadros capazes de compreender e administrar a "Coisa Pública", a República. Figuras como Rui Barbosa, José Bonifácio, Anísio Teixeira, Fernando de Azevedo, Barão do Rio Branco não nascem pelo simples desejo de ser, precisam ser preparados para tal. Ouvir Paulo Guedes falar é tão doloroso que desperta um misto de vergonha e raiva. Despreparado e arrogante, mostra o analfabetismo cego alguém que conduz o Brasil para um buraco ainda maior que o atual. A verdade é que o ódio deles pela esquerda É, na verdade, inveja de saber que os melhore
O despertar no Rio de Janeiro A cidade do Rio de Janeiro é a cidade mais paradoxal do Brasil. Recortada por morros, uma espécie de papel de parede, e tendo o mar como paisagem exuberante, que varia de cores ao longo do dia é a cidade que sempre me imaginei despertando do sono. O ritmo próprio, as moças bonitas em seus biquinis em uma marcha frenética e charmosa indo tomar a bênção das areias. O café quente na xícara aquecida no vapor. Os velhinhos em seus passos lentos vendo o sol aumentando a temperatura. As crianças com sono indo obrigatoriamente para a escola, as normalistas em suas saias chanfradas se misturam às luzes do sol que avisam que o dia só está começando. O Rio da literatura e da bossa nova de Tom Jobim na voz tranquila de Rosa Passos ilumina nossos corações. Mas a pobreza e a violência logo te acordam e a cidade maravilhosa retorna às páginas das crônicas de Machado de Assis. Rio 40 graus cidade maravilha da beleza e do caos! Professor Alexandre Machado Rosa
O capitalismo não tem nada de humano O capitalismo é desumano em sua essência. O lucro, a mais valia, são a alma do capitalismo. Nele não há espaço para humanismos tolos. Todos sabem. Destruição de vidas, do meio ambiente são parte do negócio pra quem queira ter sucesso no capitalismo. Em meio à pandemia, há uma corrida entre indústrias farmacêuticas pra ver quem chega primeiro à vacina anti covid. Lucro à vista garantido. A primeira medida de reabertura na pandemia foi permitir o funcionamento de shoppings centers, enquanto os parques permaneceram fechados, mesmo sendo ao ar livre. Agora a polêmica insistência em reabrir as escolas. Pergunto: reabrir escolas deterioradas pela falta de investimento em infraestrutura e pessoal? Querem matar as crianças por quê? O capitalismo já ceifou milhões de vidas o longo de seu desenvolvimento e continua ceifando. Hoje, qualquer forma de humanismo e solidariedade é anticapitalista. Me orgulho de ser anticapitalista. Viva a solidariedade e Viva a
O país das riquezas que só produz ricos Quando os portugueses aportaram nas terras de Pindorama foram tomados pela avareza e pela cobiça. O humanismo que brotara na Europa e falava em razão, ciência, humanismo, igualdade e fraternidade, rapidamente sofreu um revés. As riquezas que brotavam na superfície da terra, agora batizada de Brasil, uma homenagem às cores da Madeira de tronco vermelho, logo batizada de pau-Brasil, despertou uma espécie de demônio. Ouro, diamantes, prata, madeira entre outras pedras preciosas fizeram dos europeus, entre os quais uma companhia que diziam ser os representantes de Jesus, algozes que inauguravam uma história de sangue, maldade, pilhagens e dominação. Os frutos que nasceram a partir daí tem um gosto amargo de violência e injustiça. De tantas riquezas, sobraram alguns ricos. De tanta maldade, nasceu um país chamado Brasil. Mais de 500 anos depois, seguimos a mesma trilha dos Bandeirantes, dos jesuítas, dos capitães do mato e dos navios carregados de p
Quem cuida de Quem? Os velhos dilemas existenciais do tipo vida x morte, amor x ódio, capital x trabalho, sempre expuseram obviedades. Obviedades para quem se preocupa com coisas que parecem óbvias. A única forma de esconder tais obviedades é fazer uma total abstração da realidade e constituir, assim, uma forma de pensamento puramente abstrata. Parece simples, mas não é. A pandemia de covid nos trouxe o primeiro dilema: vida X morte. Não gosto muito do pensamento binário que o positivismo cartesiano nos treinou para analisar a vida. Prefiro a dialética em espiral. Mas entre a vida e a morte não há como escapar. O capitalismo pra se afirmar precisa desumanizar as relações sociais. Logo, ao descartar a vida não se importa com a morte. O amor, não o amor erótico, o amor como sentimento utópico, tem sido o grande defensor da vida, logo o ódio fica implícito àqueles que acham a vida descartável. A pandemia expôs a terceira dicotomia: capital X trabalho. Todos que saíram em defesa do cap
Brasil potência x Brasil da família  Aristóteles é considerado um pensador importante na história da filosofia. Entre as questões que ele refletiu está a problemática do movimento. O problema do movimento surge em Heráclito e Parmênides. O primeiro defende a transitoriedade e a mudança constante de todas as coisas. Já o segundo afirma a completa imobilidade e imutabilidade do ser. Mas ambos, Heráclito e Parmênides, fundamentam suas teorias com argumentos válidos: nossas experiências no mundo nos mostram claramente que as coisas mudam no decorrer do tempo. Heráclito afirma que não podemos nos banhar duas vezes num mesmo rio. Parmênides rebate dizendo que nossa própria razão nos obriga a admitir que o ser existe e é imutável.   Para ele, o que muda não é, e se não é, não existe, portanto, o ser é imóvel. Como essas posições são contraditórias nos deparamos com uma difícil questão: como os entes podem mudar e ao mesmo tempo ser? O Brasil é promessa de potência. Mas o que é o Brasil? Te
O fim da bússola moral No final do século XIX e início do século XX, o discurso positivo entorno do desenvolvimento social e civilizatório defendia um fortalecimento moral da sociedade e dos indivíduos. A educação era, então, a política social que mobilizava o pensamento dos políticos, intelectuais e dos movimentos de trabalhadores pelo mundo. As crises de 1840 e a primeira guerra davam razão ao pensamento civilizatório. No Brasil, o movimento escolanovista tinha na bandeira do fortalecimento moral da sociedade um de seus princípios filosóficos. Rui Barbosa, Fernando de Azevedo, Anísio Teixeira, para citar liberais; Luiz Carlos Prestes, Nelson Werneck Sodré e Darcy Ribeiro também falavam de força moral. Hoje, Bolsonaro, que não gosta da educação e odeia o pensamento, perdeu completamente a bússola moral. Eleito tendo as fake news e as ofensas morais como modus operandi, a cada dia perde qualquer parâmetro moral como limitador. Homem capaz de causar constrangimentos pelo simples ato
Brasil como protetorado americano O patriotismo verborrágico anda em moda pelo Planalto Central há quase dois anos. A noção de patriotismo se apoia na defesa da cultura, das riquezas materiais e imateriais; das cores, do hino e da União entre seu povo. Por estes critérios já dá pra ver de cara que patriotismo não é bem o adjetivo adequado para os inquilinos do Palácio do Planalto. Vamos tentar o nacionalismo, então. George Orwell, o mesmo da revolução dos bichos, diz que "o propósito permanente de qualquer nacionalista é garantir mais poder e mais prestígio não para si próprio, mas para a nação ou unidade em nome da qual escolheu anular a sua individualidade”. Bem, pela descrição, novamente os locatários do Palácio do Planalto não encaixam. Anular individualidades? O atual presidente é egocêntrico, egoísta e não demonstra nenhuma empatia pelo povo. Talvez por grilheiros, empresários sonegadores, banqueiros e pelos fascismos neopentecostais. Então o que eles seriam? O nazismo é
O apagamento da história Recentemente, os institutos de pesquisa têm apontado um crescimento na popularidade do atual presidente Jair Bolsonaro. Muitos associam tal aumento de popularidade ao auxílio emergencial de 600 reais. Pode ser verdade esse apontamento? Em meio a mais de cem mil cadáveres vitimados pela covid e pela omissão do governo o que explicaria tal cenário? Os acontecimentos históricos, na totalidade da História da humanidade sempre foram, e continuam a ser, alvos de alguns dilemas. Um deles é a verdade e os seus protagonistas. O Brasil, por exemplo, tornou-se especialista em tentar produzir narrativas que nem sempre correspondem à verdade no seu sentido empírico como acontecimento da vida real.  Os estudiosos das ciencias humanas e sociais se deparam com dois conceitos que podem nos ajudar a desvendar o dilema entre a verdade e a mentira: o positivismo e o presentismo. Mas cabe uma pergunta: O que seria uma verdade histórica? Em meio aos fatos, obviamente, há muitos as
Durante a guerra, o povo precisa sentir que está unido A frase acima foi dita por Winston Churchil, primeiro ministro britânico que comandou o país durante a segunda guerra mundial. Winston Churchill foi um grande orador. Proferiu discursos históricos e motivacionais. Curiosamente, teve dificuldades na fala quando criança. Dificuldades deixadas para trás quando o povo precisou de um líder. Churchill, um conservador, foi um dos políticos mais importantes para a vitória dos Aliados na Segunda Guerra Mundial. Em 2020, o Planeta foi sacudido pela pandemia de sarscov2, a covid19. A OMS logo conclamou as nações à guerra contra o vírus que rapidamente se alastrou. Imediatamente, as nações fecharam suas fronteiras e convocaram exércitos de profissionais de saúde para o cuidado dos infectados. Cientistas de forma inédita se debruçaram sobre o vírus em busca de conhecê-lo e encontrar tratamentos e uma vacina. Milhares de pessoas perderam a vida enquanto outras ficaram sequeladas. Enquanto ist
O censo demográfico e o Brasil velado Em 1920, o Brasil realizou um censo demográfico. O desafio era o de revelar uma fotografia que desse a dimensão do que era o Brasil. País de dimensões gigantes escondido no interior dos "sertões". Quem era a nossa gente, o que faziam, como era a nossa cultura? Empolgado, Oliveira Viana foi chamado a escrever a introdução ao censo. Na introdução, tratou logo de descrever sua visão racista do povo brasileiro. Tratou os negros como inferiores e vislumbrava a civilização europeia como ideal da "raça". Falava sobre a colonização portuguesa e dizia que se tivéssemos sido colonizados por ingleses ou franceses nossa civilização seria Melhor, como se existisse colônia melhor. Os franceses colonizaram o Haiti. Nem por isto Haiti ou Argélia são melhores. Bolsonaro em encontro com o norte-americano Al Gore disse textualmente: "gostaria de explorar a Amazônia junto com os EUA". O que isto significa? Podemos tirar várias conclusõe
A filosofia da miséria de Paulo Guedes Ouvir Paulo Guedes, ministro da economia, e suas falas, me provoca uma espécie de vazio existencial. Não em mim. Mas em pensar qual o objeto que guia  a cabeça de um economista que desumanizou as pessoas e colocou em seu lugar o dinheiro. Mas não o dele, o dinheiro público tratado como se pertencesse mais a ele que a qualquer um dos milhões de brasileiros que precisam da ajuda do Estado. O povo brasileiro precisa do Estado. Mas, Guedes e seus conceitos reduzidos sobre Estado tem deixado um rastro de miséria nas ruas das grandes cidades brasileiras. Sim. É preciso falar da miséria que se abate sobre os brasileiros. Quarteirões das grandes avenidas centrais de São Paulo estão tomados por desalentados, desempregados, velhos, mulheres e crianças; travestis e transexuais; pessoas que compõem  os mais de 50 milhões de jovens que não enxergam nenhum futuro. A única coisa próxima é mais violência. A polícia está à solta levando à cabo a velha política d
Sempre professor de Educação Física Quando menino, assim como milhões de crianças pelo Planeta, sonhava em ser jogador de futebol. Tentativas não faltaram. Nossos treinos eram nas ruas. Duas latas ou um par de pedras ou chinelos de borracha e lá estava o gol. Não havia árbitro. Futebol de rua é assim: pediu a falta, parou o jogo. Não vale dar pontapé. Um pontapé e pronto. Tá armada a confusão. Entre uma tampa do dedão e uma ralada, o saldo era sempre a alegria. Quando fomos pra escola tinha um professor que era diferente dos outros. Era o professor de Educação Física. Alguns marcaram minha vida. Um deles, o professor Toninho. Sim. Antonio de Paula e Silva. Árbitro de futebol. Foi dele que nasceu meu desejo em ser professor de Educação Física. Me encantava com a ideia. Queria fazer a molecada praticar esporte. Para mim, não tinha nada mais estimulante: ver e praticar esporte. Depois veio a faculdade. Conheci professores incríveis. Tive aula até com a Norminha da seleção de basquete.
O dinheiro é meu Deus e nada me faltará Desde os primórdios, a humanidade faz as seguintes indagações: de onde venho? Quem sou Eu? Pra onde iremos? Como surgiu tudo? Tais perguntas deram origem à filosofia. Uma das respostas para tudo é a de que há um ser absoluto por trás de tudo: Deus. Mas que é Deus? Feuerbach talvez tenha dado a resposta mais racional: "O pensamento é o produto da natureza e a religião é o reflexo fantástico da natureza humana: “Em teu Deus, tu reconheces o homem, e, no homem, tu reconheces também o teu Deus; as duas coisas são idênticas ’. Ou seja, Deus é a projeção da perfeição. Um Deus puro, a expressão do bem, do bom e do belo. Seria este o ideal de Deus. Logo, se Deus é a projeção de cada um, o Deus de Bolsonaro anda armado, é mentiroso e adora a morte mais que a vida. Com o surgimento da igreja, uma espécie de agência entre os homens e Deus, na qual era preciso a permissão dos sacerdotes para falar com o meu Deus. Logo surgiu o protesto. E Lutero concl
A meritocracia e a retórica vazia Ao propor a reforma administrativa, o governo bolsonaro tem utilizado o termo meritocracia como um bordão de forma repetida. Pois bem. A primeira pergunta é: como alguém que pretendeu nomear o filho para embaixador nos EUA tendo como principal mérito ter fritado hambúrgueres pode falar em mérito? O que mais se percebe das manifestações acerca da meritocracia é que há uma enorme confusão entre meritocracia, regimes e sistemas de governo e corrupção. Bolsonaro nomeia uma junta militar para o ministério da saúde em plena pandemia e quer falar em mérito? Os mesmos militares nomeiam filhos e parentes. Uma prática comum no atual governo. A deputada Carla Zambelli, apoiadora do atual governo, se assim posso chamar, teve que atender a juíza Noemi Martins de Oliveira, da 5ª Vara Cível Federal de São Paulo,  assim como o comandante do Exército, general Edson Pujol, para explicar a permissão para que o filho da parlamentar fosse matriculado no Colégio Militar
A judicialização da política e a politização do judiciário O Brasil constituiu uma cultura, a partir do desejo das oligarquias patriarcais nos Estados, de transformar seus filhos em doutores. Advogados, médicos e engenheiros. Os famosos sabe com quem está falando? Desses doutores, destacamos os advogados. Delegados, juízes, desembargadores, jornalistas, prefeitos, vereadores, deputados, fazedores de lei são alguns adjetivos do "sabe com quem está falando?" Foram eles que conduziram a formação da República brasileira. Eles extenderam os domínios e interesses privados de suas famílias para o Estado. As leis e as instituições têm um dedo dos bacharéis em direito, pois a mão é das velhas oligarquias. O modus operandi é uma expressão em latim que significa “modo de operação”, na tradução literal para a língua portuguesa. Esta expressão determina a maneira que determinada pessoa ou organização utiliza para trabalhar ou agir, ou seja, as suas rotinas e os seus processos de realiz
A dependência do medo e a independência que nunca veio Brasil. 7 de setembro. Independência. Como um país que sempre foi refém do medo pode ser independente? Não há na história das colonizações romantismo. Há violência, ganância e medo. O Brasil não é diferente. As grandes rupturas históricas tiveram a participação do povo, provocaram muita violência e derramaram muito sangue. Foi assim no EUA quando houve a guerra de independência e depois a guerra civil. Foi assim no Haiti. Foi assim na Inglaterra. Foi assim na França. Foi assim nas colônias espanholas comandadas por Simon Bolivar. As oligarquias brasileiras são fruto da escravidão e da colonização. Mas nunca se separaram desta história. Sempre usaram a violência contra o povo com medo de que o Haiti se reproduzisse aqui. Da colônia herdaram uma espécie de lojinha. Continuam administrando a lojinha que continua a vender os produtos que herdaram dos portugueses. Do aparato criado para impedir que o medo se concretizasse nasceram os
Lógica, História e verdade: as deduções induzida s Bolsonaro sempre afirmou que acabaria com as comunidades quilombolas. Que as nações indígenas atravancam o desenvolvimento. Que as leis ambientais são um obstáculo para os negócios no campo. Que o agronegócio é o que realmente importa. Ressalto que ele nunca mencionou a agricultura familiar, que é o que realmente garante o alimento em nossas mesas. A lógica sempre esteve presente na história do pensamento. Seja como disciplina da filosofia que buscava ao final uma conclusão que fosse capaz de trazer à luz a verdade. Seja a partir do pragmatismo liberal-capitalista que induz uma lógica atrelada à manutenção da ideia de que os fins justificam os meios. Como nos ensina Mark Sainsbury, uma maneira de as premissas de um argumento constituírem boas razões a favor da sua conclusão é quando a conclusão se segue das premissas. Vamos chamar "válido" a qualquer argumento cuja conclusão se siga das suas premissas. Logo, abro parênteses

Os Jogos Olímpicos e a Era do Fogo

Os nossos antepassados que viviam nas cavernas descobriram que uma caverna com uma fogueira dentro é uma casa melhor. Fogo é melhoria: dá luz, calor, espanta o medo, espanta os bichos. E, por acidente, eu acho, eles descobriram que com o fogo se pode fazer comida. A história da humanidade está ligada ao domínio do fogo. (Vejam o filme “A guerra do fogo“ – é divertido e instrutivo.)1 Quando no dia 27 de julho de 2012, a chama olímpica for acesa, terão início, oficialmente, os Jogos Olímpicos de Londres, que receberá os Jogos pela terceira vez. As duas edições anteriores foram em 1908 e 1948. Essa será a 30ª edição do maior evento do esporte mundial. O ritual do fogo, que acompanha os Jogos desde a Era da Antiguidade, em Olímpia, na Grécia, talvez seja o símbolo mais autêntico que tenta manter o caráter ritualístico relacionado aos Jogos Olímpicos e a celebração da história da civilização. A Inglaterra foi o centro do maior império da história da humanidade. Os quatro continentes, rep

Com quem andastes, Juca Kfouri? Parte II

Caro Juca Kfouri, por qual razão ninguém consegue vê-lo nas tribunas dos jogos do campeonato brasileiro, sej da série A, B, C, D ou algum campeonato da várzea? Por que te escondes, Juca Kfouri? Por que te julgas o patrulheiro da moral quando, na realidade, se locupleta da imprensa golpista que ataca a democracia e se beneficia de recursos e contratos públicos? O senhor faz parte da tradição da imprensa brasileira propriedade de algumas famílias que na base da chantagem obrigam os mandatários do poder a atender seus desejos e interesses. O senhor é um serviçal competente, um escriba que aprendeu a utilizar a verborragia que aprendeu na militância no antigo partidão, que agindo como bombeiro, dizia às vésperas do golpe de 1964 que o país avançava para o socialismo e que não era preciso mobilizar o povo para garantir as Reformas de base propostas pelo Governo João Goulart. Com quem andastes, Juca Kfouri?

Com quem andastes, Juca Kfouri?

caro Juca Kfouri, com quem andastes tu, pergunto eu? Tem me incomodado em demasia sua postura de baluarte da moral. Um homem que encabeçou um manifesto pró-Maluf em 1992 - lembra-se? E eu acho que não preciso dizer quem é o "novo Maluf", diria o senhor naquela ocasião. Um jornalista acima de qualquer suspeita que durante a gestão de Pelé à frente do ministério extraordinário do esporte, na gestão FHC, não teceu uma só crítica àquela gestão, que, assim que conseguiu o objetivo de aprovar a Lei Pelé, abandonou imediatamente o posto e foi fechar patrocínios, inclusive para o Vasco da Gama, do Eurico Miranda. Seria por que prestavas serviço à empresa do senhor Edson Arantes do Nascimento? Não me lembro do senhor dizer absurdos provocativos em seus vários espaços na grande mídia que historicamente se beneficia de dinheiro público. O senhor presta um grande serviço, como prestou durante as décadas da ditadura aos Civita. O mesmo Orlando Silva é aquele que o senhor elogiava em suas

A modernidade e a trajetória das lutas políticas e ideológicas nas Olimpíadas

Charles Freddye Pierre era o nome do Barão de Coubertin, considerado o “pai da Olimpíada Moderna”. Guiado pelo ideal da educação através do esporte, conceito idealizado na Inglaterra Vitoriana pelo pedagogo Thomas Arnold, Coubertin queria propagar o uso do esporte como um instrumento de aproximação entre os povos e em benefício da paz entre as nações. A célebre frase "o importante é competir" é atribuída ao barão francês. Em junho de 1894, apoiado pelo norte-americano William Sloane e pelo inglês Charles Herbert, e na presença de representantes de 15 países, Coubertin fundou em Sorbonne, na França, o órgão precursor do Comitê Olímpico Internacional. Até hoje, é esse organismo que controla todo o movimento olímpico internacional. Coubertin pensava em realizar a primeira edição dos Jogos em 1900, em Paris, durante a Exposição Mundial. Mas o príncipe Constantino da Grécia ficou tão empolgado com a ideia de recomeçar a competição no mesmo país onde ela havia terminado 16 séculos

A MÍDIA ALIMENTA AS DIFERENÇAS DE GÊNERO NO ESPORTE

Em 2008, o Brasil estabeleceu recorde de atletas mulheres nos Jogos Olímpicos. Foram 127 mulheres, em um total de 270 atletas classii cados para os Jogos de Pequim. O recorde anterior era dos Jogos de Atenas 2004, quando o Brasil participou da competição com 122 mulheres. A primeira mulher brasileira a participar de uma edição de Jogos Olímpicos foi a nadadora Maria Lenk 1 Maria Emma Hulga Lenk Zigler (nasceu em São Paulo, 15 de janeiro de 1915; morreu no Rio de Janeiro, 16 de abril de 2007) foi uma nadadora brasileira. Aos dezessete anos, foi a primeira mulher sulamericana a competir em Olimpíadas, nos Jogos de Los Angeles, em 1932. Nos Jogos seguintes, realizados em Berlim, em 1936, estava de volta, desta vez acompanhada por mais três nadadoras. No ano de 1939, durante a preparação para os Jogos Olímpicos de Tóquio, quebrou dois recordes mundiais individuais, nos 200m e 400m peito, a primeira e única brasileira a fazê-lo. Os planos para os Jogos de 1940 tiveram de ser interrompidos