É preciso falar do Chile
Em 1973, sob a tutela das ideias da chamada escola de Chicago e sob a direção ideológica de Milton Friedman, discípulo do pensamento ultraliberal nascido do círculo de Viena, com Friedrich Hayek, tem início uma das mais bestiais e sanguinárias ditaduras da América Latina.
Salvador Allende preferiu tombar assassinado pelos seus algozes a entregar a direção do país ao fascismo neoliberal. Tombou de armas em punho enquanto militares a serviço dos interesses dos EUA abriam caminho para que o Chile se tornasse laboratório de uma nova racionalidade econômica e ideológica que, definitivamente, decidiu que a democracia e a política só serviam para os trabalhadores e que, portanto, era preciso enterrá-la mesmo que afogada em sangue.
Os reacionários e a ascensão do neoliberalismo de Margaret Thatcher e Reagan davam cobertura às torturas e assassinatos no Chile enquanto faziam a economia do país criar uma fantasiosa ideia de crescimento e prosperidade.
Privatização do ensino, fim da previdência, o povo mais endividado da América do Sul, concentração de riquezas em uma casta enquanto o povo via reduzirem as expectativas de vida e a juventude vendo um futuro de miséria, desemprego e sofrimento.
Mas, chegou a hora. Outubro que tem reservado grandes acontecimentos para a humanidade, mostrou sua cara. Num plebiscito histórico, o povo chileno nas ruas reacendeu as luzes que foram interrompidas com os bombardeios ao Palácio de La Moneda. Salvador Allende, PRESENTE!
Chi, Chi, Chi, Le, Le, Le, Viva Chile!
Professor Alexandre Machado Rosa
Clóvis Moura: um intelectual negro desvendando o Brasil No final dos anos 1980, eu, um secundarista, vice presidente da União Municipal dos Estudantes Secundaristas (Umes) de São Paulo, conheci Clóvis Moura no extinto programa Matéria Prima, que era transmitido pela Rádio Cultura de São Paulo. O programa tinha Serginho Groisman como apresentador. Ele tinha boa fama junto ao movimento estudantil, pois havia estudado no Colégio Equipe, que tinha uma tradição democrática durante a ditadura militar. Não havia ainda o "mês de novembro" como centro das reflexões sobre a "consciência negra". Mas Clovis Moura , fiquei sabendo no dia, já era um intelectual importante para o movimento negro. Foi ele que me ensinou o que estava por trás do inocente adjetivo mulato , uma desumanização dos filhos de brancos com negros, muitas vezes fruto de violências e estupros. Mulato é a aproximação animalesca dada pelos portugueses, a partir do cruzamento entre um jumento e uma égua. Q...
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