O Brasil e a adesão àquilo que parece moda
Em meio às tolices proferidas pelo ministro da economia Paulo Guedes, uma espécie de rolando um lero, o famoso 171 da escolinha do professor Raimundo, lembrei de um causo que ouvi.
Um causo que retrata bem as características de algumas culturas. Um avião prestes a cair tem um inglês, um espanhol e um francês a bordo. Logo, todos são informados sobre a tragédia e sobre a necessidade de saltarem com paraquedas para fora do avião. Ao convencer o inglês a saltar, o comandante diz que é tradição nestas circunstâncias saltar de paraquedas. E o inglês prontamente salta. Ao francês é dito que atualmente é moda saltar de paraquedas nestas situações. Já ao espanhol o comandante diz que ele não deve saltar. E, como um bom espanhol que contraria ele saltou. E o que diria o comandante a um brasileiro neste cenário?
Que talvez fosse moda na França? Ou que na Disneylândia é assim que se Faz? Ou que há uma onda de saltos ocorrendo na zona Sul carioca? Ou que deu na Globo? Ou que nos filmes de Hollywood o mocinho salta no final?
Pois é! A história das ideias no Brasil percorre um roteiro semelhante. Vejamos o caso do positivismo.
A história do positivismo brasileiro, como ilustrou Cruz Costa é, cremos, sob este aspecto, das mais curiosas e das mais interessantes. Foi uma tentativa de "doutrinação", se assim podemos dizer, que fracassou, mas que encontrou, parece, no espírito e no pensamento brasileiros -nos quais ela ainda talvez se mantêm em estado difuso, - uma importância que ainda não se revelou suficientemente. A imagem mais alegórica, alegoria aqui tem sentido carnavalesco, é a inscrição na bandeira do Brasil: "Ordem e progresso". Brasil e Chile são os dois países onde o positivismo de Comte, não o de Durkheim, ganharam status de moda com igreja e tudo. O mesmo ocorre agora com o neoliberismo. Há uma espécie de igreja neoliberal no Brasil. São cegos doutrinadores que repetem o mesmo mantra de esvaziamento do Estado mas que assaltam o Estado brasileiro atrás de negócios no exterior.
Brasil, será que é hora de saltar de paraquedas?
Professor Alexandre Machado Rosa
Talvez a arte seja, de fato, a maior forma de aprendermos sobre a ideia de ser humano. A ideia de ser histórico, ser social que produz e se reproduz pode ser idealizada como síntese nesta foto. Linda Ramalho, filha de Zé Ramalho, Chico Eller, filho de Cássia Eller, e Vivi Seixas, filha de Raul Seixas. A magia da vida está naquilo que nos parece óbvio!
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