Por uma consciência filosófica
O educador e filósofo Demerval Saviani tem entre tantas publicações uma, em especial, que é bastante significativa intitulada "Educação: do senso comum à consciência filosófica". Nela, ele descreve a tomada de consciência da realidade à medida em que o mundo sensível vai despertando a consciência do indivíduo para a realidade viva.
O Brasil sempre foi tomado, e isto não é por acaso, por uma espécie de realidade virtual. As classes dominantes brasileiras sempre tentaram desvincular a consciência social da realidade. Em tempos em que se debate a pandemia e suas consequências, eu torço para que tenhamos uma consciência filosófica sobre a realidade dura que enfrenta 2/3 da população brasileira: a pobreza, a violência e o desamparo.
Vale ressaltar que nossas elites econômicas nunca foram adeptas da inteligência. Sempre foram adeptas da aparência. A classe média reproduz este comportamento. Logo temos um dilema: essência x aparência. Nossa essência enquanto nação e de homens e mulheres bravos e otimistas. Foi essa qualidade que permitiu que 10% da população ficasse com a riqueza advinda do trabalho escravo e da exploração do povo que, sem escolha, se viu refém. Espero que a pandemia seja o detonador da consciência filosófica tão necessária para tomada da realidade como ponto de partida para a igualdade é a justiça social.
Professor Alexandre Machado Rosa
Talvez a arte seja, de fato, a maior forma de aprendermos sobre a ideia de ser humano. A ideia de ser histórico, ser social que produz e se reproduz pode ser idealizada como síntese nesta foto. Linda Ramalho, filha de Zé Ramalho, Chico Eller, filho de Cássia Eller, e Vivi Seixas, filha de Raul Seixas. A magia da vida está naquilo que nos parece óbvio!
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